sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Code Geass

No ano de 2010 a.t.b., o Império Sagrado de Britannia invadiu o Japão. A pequena nação insular não tinha chances contra Britannia, a última superpotência mundial. Apesar de sua falta de recursos naturais, a nação nipônica adotou uma posição de isolamento nacionalista.

Para obter o controle do território principal, as forças britannianas mobilizaram as primeiras unidades dos Knightmare Frames - um novo modelo de armadura energética humanoide. Suas habilidades excediam qualquer expectativa, e as defesas japonesas caíram como dominós diante do poder do Projeto Knightmare.

O Japão se tornou um território do Império e teve sua liberdade, direitos, e até o nome tomados.

Área 11. Essa foi a designação dada ao Japão derrotado.

Assim começa a história de Code Geass, um dos animes mais recentes a fazer sucesso de público.

Antes que você estranhe alguma coisa, é importante ressaltar que o anime se passa em uma Terra alternativa, e o Império de Britannia teve origem a partir das invasões romanas à Bretanha (onde hoje fica, como você já deve ter imaginado, a Inglaterra), em meados do século I a.C. Enquanto, na vida real, Júlio César conquistou o território, no universo de Code Geass ele foi derrotado e expulso da ilha pelo recém-eleito "super-rei" dos celtas. E o resto é história, mas não como a conhecemos. No início do anime, os territórios britannianos incluem as Américas em sua totalidade e a Nova Zelândia - além do Japão, conquistado no ano de 2010 a.t.b. (que corresponderia a 1955 no calendário gregoriano), como já mencionado.

Desnecessário dizer que os japoneses, chamados pejorativamente de elevens pelos britannianos, não ficaram muito contentes com isso (especialmente porque Britannia estava atrás de um mineral raro, mas que existe em abundância por lá, chamado sakuradita), e se organizaram em facções terroristas para tentar expulsar os invasores de sua terra. No entanto, a verdadeira batalha só se dá com a entrada de um jogador inesperado no tabuleiro: o estudante britanniano Lelouch Lamperouge, que desde que testemunhou, quando pequeno, a destruição causada pelos conflitos, fez para si mesmo o juramento de destruir Britannia a qualquer custo.

Mas na verdade, Lelouch tem uma motivação ulterior, que a série não faz esforço algum em esconder dos espectadores: ele é, na verdade, Lelouch vi Britannia, filho do imperador Charles zi Britannia, e busca vingança contra o pai depois que ele deixou sua mãe ser assassinada e sua irmã, incapacitada em um aparente ataque terrorista, sem tomar qualquer providência.
Enfim, cortando para sete anos depois da conquista do Japão, vemos Lelouch como um colegial aparentemente comum, que utiliza sua inteligência para secretamente planejar a queda de Britannia. Quando ele acaba acidentalmente envolvido em um tiroteio entre soldados britannianos e insurgentes japoneses, o rapaz tem um fortuito encontro com uma garota misteriosa de longos cabelos verdes. Ao tentar retirá-la da zona de perigo, ele descobre que recebeu um poder misterioso, denominado Geass, que lhe permite dar ordens a quem olhar em seus olhos, e a pessoa que as recebe obedece automaticamente.


Desnecessário dizer que esta torna-se a peça crucial para Lelouch colocar em ação seus planos de derrubar o império de seu pai. Usando o codinome Zero, e contando com a cumplicidade da misteriosa garota, conhecida apenas como C.C. (sem piadinhas, por favor!), ele assume o controle dos guerrilheiros japoneses, remodelando-os em uma força de combate conhecida como a Ordem dos Cavaleiros Negros, que utiliza Knightmares roubados e modificados para enfrentar Britannia usando fogo contra fogo. Ao longo do caminho, Lelouch descobrirá que ainda há mais segredos do que ele poderia supor por trás do Geass, bem como outros usuários com poderes diferentes, e ele pode descobrir que o caminho que está seguindo não é muito diferente de seus inimigos... Para piorar as coisas, um de seus maiores oponentes no front é justamente seu amigo de infância, Suzaku Kururugi, filho do último primeiro-ministro japonês, que decidiu se aliar a Britannia com o objetivo de mudar o mundo por um caminho mais pacífico, tornando-se um de seus soldados de elite.

Ao contrário de muitos dos animes de sucesso, Code Geass não começou como mangá: sua mídia de origem é a telinha, e depois vieram as adaptações em mangá, divididas em quatro publicações diferentes:
  • A primeira, Hangyaku no Lelouch (hangyaku = rebelião), segue os eventos do anime em 8 volumes;
  • A segunda, Hankou no Suzaku (hankou = contra-ataque), é uma minissérie em duas edições passada em outro universo alternativo, no qual Suzaku é um herói que age com seu Lancelot (o nome de seu mecha) trabalhando para uma organização secreta;
  • A terceira chama-se Nightmare of Nunnally que, em cinco volumes, conta outra história alternativa, na qual Nunnally, a irmã menor de Lelouch, decide seguir seus passos depois de seu desaparecimento num incidente semelhante ao que iniciou os eventos do anime; e
  • A quarta e última, também uma minissérie em dois volumes, chama-se Bakumatsu Ibunroku ("Contos Alternativos do Final do Xogunato"), que adapta a narrativa para o fim da era feudal do Japão, em meados do século 19.
Contando com o character design do renomado grupo de mangá CLAMP, personagens carismáticos e uma história que invoca discussões a respeito de preconceito e moralidade temperada com mechas, bem ao gosto do otaku moderno, Code Geass: Hangyaku no Lelouch tornou-se um sucesso imediato, que levou à produção de uma segunda temporada, Hangyaku no Lelouch R2.

Curiosidade: algumas das empresas que patrocinam o anime permitem o uso de suas marcas nos episódios. O caso mais conhecido é o da Pizza Hut, cuja marca aparece praticamente uma vez a cada episódio (especialmente porque C.C. é viciada em pizza - dizer menos que isso ainda seria pouco).

FICHA TÉCNICA
  • Criado por: Ichiro Ookouchi
  • Gênero: Ação, ficção científica
  • Estreia do anime: 5 de outubro de 2006, no canal MBS
  • Número de episódios: 25 (mais um especial em OVA) para cada uma das duas temporadas
  • Onde assistir: Primeira temporada aqui (necessário RealPlayer)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Azumanga Daioh

Para abrir o blog, vamos falar de um anime que, comparado a muitos outros, é bem simples, mas também é fora dos padrões a seu próprio modo. Trata-se de Azumanga Daioh. [tocar tema do anime: Soramimi Cake]

Diferente de muitas das animações pela qual a indústria japonesa é reconhecida, Azumanga Daioh não tem lutas que desafiam as leis da física, nem robôs com muitos metros de altura, muito menos temas sobrenaturais. Ao invés disso, o foco está sobre o cotidiano de seis garotas colegiais no Japão moderno, e as várias confusões nas quais elas se metem enquanto lidam com a vida no colégio.
A versão em mangá de Azumanga Daioh (cujo título, a nível de curiosidade, vem da fusão entre Azuma - o sobrenome do mangaka - e mangá, Daioh sendo o nome da revista onde as tiras eram publicadas) nada mais é do que uma série de yonkoma, tirinhas de quatro painéis, iguais às publicadas nos jornais, cada uma com uma gag diferente. Em uma espécie de tentativa de traduzir este formato, cada episódio da TV é composto por cinco esquetes entre 4 e 5 minutos cada, mas faz um trabalho competente em cobrir os três anos do colégio em 26 episódios. Apesar disso, a narrativa é episódica e não-linear, o que significa que você não precisa assistir algum episódio anterior para poder entender o universo e as personagens.

E por falar em personagens, elas são o maior charme de Azumanga, com suas características únicas e marcantes. Para começar, temos a pequena e adorável Chiyo Mihama (ou simplesmente Chiyo-chan), criança-prodígio que se tornou colegial aos 10 anos de idade e, apesar de sua inteligência, ainda é bastante ingênua com relação aos temas mais "adolescentes" que orbitam seu novo mundo. Temos ainda a dupla Tomo Takino e Koyomi (Yomi) Mizuhara, amigas que combinam como água e óleo: enquanto Tomo é hiperativa, escandalosa e gosta de arranjar encrenca, Yomi é mais reservada e bem-composta (o que não significa que ela não se irrite com as palhaçadas da companheira, muito pelo contrário!); a alta, atlética e enigmática Sakaki, cuja atitude taciturna esconde uma paixão por gatos e outras coisas ditas kawaii; Osaka, cujo nome verdadeiro é Ayumu Kasuga, uma menina... "avoada", para dizer o mínimo (boa parte dos momentos mais engraçados da série, de fato, surgem da imaginação fértil dela); e Kagura, que se junta às meninas no segundo ano, após ser apresentada como a auto-intitulada rival de Sakaki (pois ambas possuem habilidades atléticas no mesmo nível).
Há também os professores que as acompanham ao longo desse período, como a professora de inglês Yukari Tanizaki (resumidamente, uma Tomo em versão adulta), a professora de educação física Minamo (Nyamo) Kurosawa (que, em outro paralelo, está para Yukari assim como Yomi para Tomo), e o professor de gramática e literatura Kimura, cuja expressão praticamente imutável e tara confessa por colegiais fazem dele uma espécie de ícone entre personagens secundários. E isso sem falar nos mitos que rondam a presença do pai de Chiyo-chan... Bem, eu não vou estragar a surpresa: esse vocês vão ter que ver por si mesmos.
Ainda que o humor seja, às vezes, tipicamente japonês, com trocadilhos que não fariam sentido em qualquer outro lugar ou idioma (por exemplo, Osaka se lembrando de Bruce Lee enquanto estuda inglês, uma gag que só faz sentido devido às particularidades da pronúncia da língua nipônica), Azumanga Daioh é uma série bastante palatável, que é garantia de risadas, mas com alguns momentos tocantes para contrabalançar. Altamente recomendada.

FICHA TÉCNICA

  • Criado por: Kiyohiko Azuma
  • Gênero: Comédia
  • Primeira publicação: Fevereiro de 1999, na revista Dengeki Daioh
  • Número de volumes: 4
  • Estreia do anime: 8 de abril de 2002, na TV Tokyo
  • Número de episódios: 26
  • Onde assistir: aqui (todos os 26 episódios legendados em português - necessário RealPlayer)
  • Onde ler: aqui (continuação das tiras originais, intitulada Hoshuu-hen - "Capítulo das Atividades Extracurriculares")

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Post de boas-vindas

Só pra aquecer, galera, eis aqui minha nova tentativa de blog.

Não vou esconder de vocês: ele foi criado especificamente para a matéria de Informática na facul. Mas quem sabe, com o tempo, não rola algo mais aqui? Tipo, pegar as entradas e usar em algum almanaque, tipo esses que têm nas livrarias e talz... ^_^'

Ok, chega de pretensão, e voltando à terra. A partir do próximo post a parada é a sério. E, antes que me perguntem: não, eu NÃO sou otaku, porque nem só de anime e mangá vive um cidadão. Sou, sim, nerd, mas não otaku.

Isto dito, só resta uma coisa a dizer: iku zo!